AS FACAS JAGUANÉ
As facas Jaguané são facas feitas totalmente de modo artesanal, usando técnicas antigas dos primórdios da cultura rio-grandense. O Rio Grande do Sul foi formado com origens de diversos povos, tais como, Italianos, Alemães, Açorianos, Portugueses, Espanhóis, Afrodescendentes e muitos outros, que trouxeram junto consigo a arte da cutelaria.
Como o estado foi palco de diversas batalhas sangrentas, que disputavam o território Rio-Grandense, ora por portugueses, ora por espanhóis, os gaúchos desde cedo aprenderam a forjar suas próprias armas, pois disso dependeria sua vida e a manutenção da liberdade.
Na formação do Rio Grande do Sul, espadas, adagas, facas, lanças, boleadeiras, pala, punhais, esporas, etc...Eram forjadas com técnicas especiais já pensadas para que aguentassem o repuxo em caso de peleia.
Sem rodeios ou exageros, 90% da indumentária gaúcha, entre pilcha, apetrechos de montaria etc..., podem ser usados como armas em batalhas.
Procuramos manter essas técnicas antigas e ancestrais na confecção das peças que produzimos, apesar de que os tempos são outros, agora as facas, espadas, adagas que produzimos são para, colecionadores, chefs de cozinha, pescadores, caçadores, e admiradores da nossa arte, e do modo como ainda forjamos nossas peças.
A seguir daremos um breve resumo da maneira de como as facas JAGUANÉ são forjadas.
Após a escolha do aço que pode ser 5160, 1070 ou outro, com o projeto em mãos começamos a dar forma no aço, esse processo é um vai e vem da peça da forja até a bigorna e as batidas da mareta.
Após chegarmos ao resultado que desejamos levamos a peça a forja, e esquentamos a mesma até a temperatura não magnética e deixamos resfria-la em temperatura ambiente.
Repetimos esse processo por três vezes.
Esquentamos ainda uma quarta vez até a temperatura não magnética e então deixamos uma noite na boca da forja para que a peça esfrie de modo mais lentamente possível até o próximo dia.
Normalmente no dia seguinte essa peça ainda estará quente.
No outro dia começamos o desbaste da peça até um milímetro na região do fio e aproximamos o mais próximo possível do resultado final da faca.
Para isso, começamos a lixar com um disco de desbaste, na sequencia lixa 100, lixa 240.
Após lixarmos com a lixa 240 nos preparamos para fazer a tempera da faca JAGUANÉ que pode ser seletiva ou integral.
Aquecemos a peça na forja até a temperatura não magnética pela 5º (quinta vez) e ao encostar a lamina no imã e ao percebermos que o magnetismo está ausente, voltamos a peça para a forja e contamos até 3, retiramos a peça da forja, e sem hesitação e sem titubear, mergulhamos a peça devagar e o mais reto possível no óleo diesel.
Ficamos com a faca mergulhada no óleo diesel até que ela pare de vibrar ou tremer.
Após retirarmos a lamina do óleo ela esta temperada no sistema antigo "Do jeito que o gaúcho gosta" limpamos o óleo e passamos uma lixa 220 para deixarmos a lamina clarinha para então fazermos o reveni mento da mesma, também na "moda antiga" na boca da forja.
Esse processo é preciso técnica, cuidado e paciência do artesão, pois demora-se não menos que 30 a 40 minutos nesse processo.
O que buscamos no reveni mento é a cor palha(amarelinho claro) o cuidado que temos com as facas JAGUANÉ é a de não deixarmos azular a lamina no reveni mento, pois "Azul é para mola e não para facas."
Em caso hipotético de que a peça viesse a azular teríamos que refazer a tempera, pois nesse caso não seria uma faca JAGUANÉ de fundamento que aguentasse o repuxo.
Portanto, demos um pequeno resumo de como são feitas as facas JAGUANÉ, para que o amigo colecionador, cliente e admirador de nossas facas saiba um pouco de como foi em parte feita a sua "bicuda".
Para titulo de informação, aos colecionadores, admiradores e clientes, o símbolo acima é a marca oficial das facas JAGUANÉ. Copyright © Facas Jaguané
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